Imediatamente
após a guerra de ocupação americana autoridades favoreceram o shingeki. Eles
eram destrutivos para o drama "feudal" do kabuki e do nô, que
eram censurados e sujeitados a um controle especial, quando completa liberdade
e suporte era dado ao novo drama ocidentalizado como um potencial instrumento
de democratização. Todos os atores veteranos proeminentes do shingeki juntaram
forças e em dezembro de 1945 abriram junto de uma produção de um antigo
favorito das audiências japonesas, Chekhov's The Cherry Orchard. Logo
foram organizadas uma série de empresas, e uma extraordinária torrente de
produções seguiram, com um sucesso que a curto prazo parecia indicar uma
possível pretensão ao papel de liderança do shingheki entre os gêneros
teatrais pós-guerra.
Dentre as companhias do pós-guerra uma
das mais importantes é a Hayuza
(Theatre Actor, fundada em 1944), centrada em
torno do diretor/ator Senda Koreya. Senda tem sido por muitos anos um dos
principais líderes das atividades do shingeki; tinha grande influência por ser
o fundador da escola de atores e por treinar bem sucedidas performances
recentes do Shingeki. Senda estava envolvida no movimento esquerdista de
teatro, por anos antes de começar a nova companhia com o diretor Aoyama
Sugisaku.
Senda Koreya
O Bungakuza floresceu após a guerra,
continuando essa corrente artística, companhias como Haiyuza, Mingei e a
esquerdista Murayama Shinkyo Gekidan mostraram um envolvimento renovado. A
propaganda marxista começou se mostrar mais perigosa que as tradicionais peças
"feudais", que eram apreciadas pelo público, não por causa de seu
remoto conteúdo, mas a apreciação de uma teatralidade estilizada politicamente
inofensiva.
Para a grande maioria de pessoas shingeki,
muitos de seus anos de trabalho duro no teatro foi um ato de fé e/ou ideais
artísticos com uma pequena recompensa financeira. Como uma questão de fato, os
atores tinham o habito de contribuir com seus salários para a companhia, para
que fosse possível produzir peças de teatro. O Shingeki nunca recebeu grande
suporte do Estado, ou grandes rendas e taxas, e baixos retornos criaram uma
constante pressão econômica.
A compahia Kumo - estabelecida por
Fukuda como parte de sua "Modern Drama Fundation" - especializada na
tradução e performance das maiores peças de Shakespeare. Kudo procurou receber
a alta inspiração de seu exigente líder para um teatro literário, em contraste
com os objetivos abertamente políticos e ideológicos como os de Hayuza e
Mingei, e em oposição ao nivelamento do
estilo inspirado pelo socialismo realista. A herança de Kumo foi assumida pela
companhia Subaru, fundada por Fukuda em 1976 depois da dissolução do Kudo. A
companhia Bungakuza, o mais duradouro grupo shingeki estabelecido em 1937,
continua, apesar de um número de separações dolorosas, suas performances
não-políticas de valor. Gekidan Mingei, o herdeiro espiritual do teatro
proletário de tradição esquerdista, solidamente ancorado no realismo, é ainda
com a Hayuza e a Bungakuza, uma das três maiores companhias do shingeki.
Provavelmente a realização mais
interessante do shingeki nas últimas
décadas tenha sito o amadurecimento de seus diretores sustentados com
distinção, alguns dos quais alcançaram o reconhecimento internacional merecido.
A quebra do estilo
realista/naturalista, mesmo em companhias esquerdistas, começou nos anos 50,
com a introdução de Brecht. Nos anos 60, o advento do absurdismo aguçou a
discussão sobre o lugar de elementos teatrais (engekisei), elementou
ideológicos (kannesei) e elementos literários (bungakusei) no teatro, com o
resultado que não era, ao menos, teoricamente, uma aceitação da importância da
teatralidade nas novas peças absurdistas de autores japoneses como Abe Kobo.
Durante os últimos anos do período
Showa, após o gradual desaparecimento do movimento de teatro underground, o
shingeki mostrou uma pequena vitalidade artística. O bom número de companhias,
produções e teatros reflete a extraordinária prosperidade da economia japonesa.
O papel das companhias shingeki
tradicionais e, em geral, as características do shingeki na pluralidade das
cenas teatrais japonesas das próximas décadas, permanecem, no início de um novo
período da história japonesa.
Fontes:
ORTOLANI,
Benito - The Japanese Theatro
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