Ao final da Segunda Guerra mundial, o Japão estava devastado. Todas as grandes cidades (exceto Kyoto), as indústrias e as linhas de transporte foram severamente danificadas. Alguns oficiais militares cometeram suicídio logo após a rendição incondicional. O país perdeu todos os territórios conquistados desde 1894 e a escassez de alimentos continuou por vários anos.
Por quase sete anos após a sua rendição, o Japão permaneceu ocupado pelos Aliados. As autoridades de ocupação, liderados pelos EUA, representados pelo general Mac Arthur, empreenderam diversas reformas políticas e sociais e proclamaram uma nova constituição em 1947, que negava ao estado o direito de reconstruir uma força militar e resolver impasses internacionais através da guerra.
As relações exteriores só foram retomadas a partir de 1951.
A reabilitação econômica do país torna-se uma das maiores preocupações do povo e dos líderes japoneses a partir dai. Com a Guerra da Coreia (1950-1953) o Japão tem a oportunidade de reconstruir sua economia nacional.
A década de 50 foi marcada pelo desenvolvimento da indústria pesada (ferro, aço, construção naval e maquinaria pesada).
A partir dos anos 60 surge uma nova prioridade: indústrias leves e o fortalecimento das indústrias de alta tecnologia.
Os padrões de consumo também acompanharam essas mudanças. Os chamados "três tesouros" dos anos 50 eram o rádio, a motocicleta e a máquina de costura. A década de 60 traz uma atualização desses tesouros, que passam a ser: o carro, a televisão em cores e o ar condicionado.
O Japão foi admitido para ONU em 1956, e em 60 renova os tratados com os EUA. A partir do começo da década de 90 o Japão firma-se como a segunda maior potência econômica mundial.
Os desastres da segunda guerra e as consequências da ocupação também se fizeram sentir na cultura japonesa. Logo após o conflito o sentimento que tomava conta do povo japonês era de confusão e ansiedade pelo futuro. A superioridade e invencibilidade do Japão ficaram em cheque e a fé na nação estava abalada.
Antes da Segunda guerra, a cultura japonesa era puramente oriental, tradicionalista, nacionalista e militarista, e com uma sólida bagagem espiritual. Os japoneses vinham de uma cultura fechada, tradicional, de valores consistentes e através dos aliados norte-americanos, estavam por iniciar um contato direto com os valores de outra sociedade. Nesse contexto passa-se a valorizar preferencialmente os símbolos materiais, havendo uma difusão cultural dos estados unidos da América.
Contudo isso não implicou no esquecimento completo das tradições. Há grupos artísticos que vão misturar elementos da cultura ocidental com formas artísticas tradicionais japonesas.
O Japão, ao mesmo tempo, com o apego às tradições e a ânsia de inventar o futuro, mostra que não são sentimentos incompatíveis de convivência, pelo contrário, os japoneses têm a capacidade de harmonizar os opostos.
Fontes:
http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-1315-10202-,00.html
http://herofactory.com.br/milagrenipon.php
http://www.slideshare.net/guestfe54e6/o-milagre-japons
MELLO, Valeria Maria Sampaio - Tradição e Intervenção Cultural norte-americana no Japão e no Brasil pós-guerra, nº2 - junho/dezembro - 3003